{"id":1778,"date":"2015-06-04T14:53:08","date_gmt":"2015-06-04T14:53:08","guid":{"rendered":"http:\/\/gppsd.com.br\/novo\/?p=1778"},"modified":"2023-10-01T02:44:18","modified_gmt":"2023-10-01T02:44:18","slug":"airacobras-para-a-vitoria","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/gppsd.org.br\/2015\/06\/04\/airacobras-para-a-vitoria\/","title":{"rendered":"Airacobras para a vit\u00f3ria!"},"content":{"rendered":"

Por Guilherme Castro<\/p>\n

O Bell P-39 Airacobra, era o principal avi\u00e3o de ca\u00e7a norte-americano em servi\u00e7o, quando os EUA entraram oficialmente na 2\u00aa Guerra Mundial em dezembro de 1941.<\/p>\n

Seu nascimento deveu-se a solicita\u00e7\u00e3o do United States Army Air Corps (USAAC, Corpo A\u00e9reo do Ex\u00e9rcito Americano) de 1937, que originou a Proposal X609. Foi um pioneiro em sua \u00e9poca, por ter um trem de pouso triciclo e um motor instalado no centro da fuselagem, atr\u00e1s do cockpit do piloto. Era pesadamente armado com um canh\u00e3o Oldsmobile T9 de 37mm, podendo, tamb\u00e9m, ser equipado com metralhadoras Browning calibre .30 e .50 do nariz e nas asas.<\/p>\n

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Devido ao seu peso e posi\u00e7\u00e3o do motor, a manobrabilidade do P-39 n\u00e3o era t\u00e3o boa quanto a de seus oponentes, como os Messerschmitt Me-109 na Europa e os A6M Zero e Ki-43 Oscar no Pac\u00edfico.<\/p>\n

Mas em m\u00e9dias e baixas altitudes e na fun\u00e7\u00e3o de ataque ao solo, era um advers\u00e1rio de respeito. Mesmo com o seu projeto inovador, este injusti\u00e7ado combatente, teve a sua vida operacional maculada pela aus\u00eancia de um turbo compressor eficiente, que o relegou a segundo plano dentre os grandes avi\u00f5es de combate. Prestou servi\u00e7o para a Fran\u00e7a, Royal Air Force (For\u00e7a A\u00e9rea do Reino Unido), USAAC e pela R\u00fassia, que foi o seu maior usu\u00e1rio. Pelo menos um P-39 \u201c cansado de guerra\u201d veio parar no Brasil, n\u00e3o sendo incorporado a For\u00e7a A\u00e9rea Brasileira, mas servindo de pe\u00e7a de estudos para os alunos da Escola t\u00e9cnica de Avia\u00e7\u00e3o, sediada na \u00e9poca em S\u00e3o Paulo. Seu destino \u00e9 desconhecido.<\/p>\n

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O Bell P-39 da Monogram, 1\/48<\/strong><\/p>\n

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Sempre tive uma queda especial pelo P-39. Talvez por seu desenho aerodin\u00e2mico ou por ter tido a oportunidade de achar em um pacote, pr\u00f3ximo ao lixo de um vizinho, um lote de exemplares da Revista Sele\u00e7\u00f5es, da \u00e9poca da Guerra, onde nas ultimas p\u00e1ginas eram destinadas a propaganda e an\u00fancios, com bel\u00edssimos trabalhos de arte, mostrando as industrias no esfor\u00e7o de guerra, tais como a Bendix, Kodak, Boeing, Zenith , Ford e as virtudes do ca\u00e7a da Bell, sempre encerrando com a frase \u201cAIRACOBRAS PARA A VIT\u00d3RIA, AVI\u00d5ES PARA A PAZ FUTURA\u201d. Ou tamb\u00e9m, por ter montado no in\u00edcio dos anos de 60 um P-39 da Revell, onde o piloto sorrindo e o mec\u00e2nico que ficava perto da porta aberta, foi tudo o que sobrou do kit, que guardo com carinho at\u00e9 hoje. Mas, chega de nostalgia!<\/p>\n

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H\u00e1 uns 10 anos comprei o kit da Monogram do Airacobra na escala 1\/48. Lembro que paguei muito barato, pois n\u00e3o tinha caixa, decais e instru\u00e7\u00f5es. Deixei de lado por ser em alto relevo (n\u00e3o que isso me intimidasse) e por estarem todas as pe\u00e7as destacadas das \u00e1rvores. Mas nos feriados de carnaval desse ano, resolvi iniciar a montagem do kit. Dias antes, obtive c\u00f3pia do manual de instru\u00e7\u00f5es pela Internet, que ap\u00f3s a confer\u00eancia, verifiquei que todas as 65 pe\u00e7as moldadas em Olive Green e as cinco transpar\u00eancias estavam completas.<\/p>\n

Comecei rebaixando quase a totalidade dos relevos e usando uma broca 0,1mm, fiz rebites, para dar uma apar\u00eancia melhor ao conjunto. Depois foi s\u00f3 lixar tudo e iniciar a montagem do interior, que \u00e9 muito bom e detalhado, mesmo para um molde de 40 anos, como \u00e9 o caso. O cockpit e o interior do nariz, abrigo do canh\u00e3o, interior dos por\u00f5es de rodas, portas protetoras e hastes de trens de pouso foram pintados de Interior Green e demais cores apropriadas. Mas, o maior problema, foi a coloca\u00e7\u00e3o de peso na parte frontal, para que depois de montado, o kit ficasse na posi\u00e7\u00e3o correta de \u201c3 pontos\u201d. Coladas as partes da fuselagem, dei in\u00edcio a finaliza\u00e7\u00e3o de trabalho de montagem das asas.<\/p>\n

Depois de nivelar as imperfei\u00e7\u00f5es, fiz a montagem do conjunto \u201c asas-fuselagem\u201d, que tem como \u00fanico problema, o desn\u00edvel de encaixe, que foi solucionado com massa pl\u00e1stica e muita lixa, para deixar sem emenda aparente. Depois de mascarar as partes transparentes com fita apropriada, passei uma m\u00e3o de \u201cprimer\u201d para ver as imperfei\u00e7\u00f5es de montagem. Estava, realmente propenso em fazer uma pintura sovi\u00e9tica, que t\u00e3o bem usou o Airacobra, mas dentre o vasto material de pesquisa obtido, optei em fazer a pintura utilizada por alguns P-400 (vers\u00e3o de exporta\u00e7\u00e3o do P-39) que foram enviados ao Pac\u00edfico com o 35Th. Fighter Group, estacionado na Nova Guin\u00e9. Depois de cobrir as linhas de pain\u00e9is com uma camada de tinta preta (pr\u00e9 sombreamento), pintei a parte inferior, portas de trens de pouso e tanque de combust\u00edvel na cor Neutral Gray.<\/p>\n

Aguardei a secagem por algumas horas, sendo que s\u00f3 depois de, isolei a parte j\u00e1 pintada com fita adesiva apropriada e apliquei na parte superior a cor Dark Earth da Mr. Color, refer\u00eancia n\u00ba 22. Novamente, usei fita para isolar a parte a ser mantida e utilizei a cor Dark Green n\u00ba 330 da Mr. Color, para completar a camuflagem. Posteriormente, foi s\u00f3 remover todo o mascaramento, passar uma m\u00e3o de verniz semi brilhante e aguardar algumas horas. O pr\u00f3ximo passo foi fazer , com o aux\u00edlio de tinta \u00e0 base d\u2019\u00e1gua Vallejo da cor preta, o que chamamos de \u201cwash\u201d, ou seja, fazer uma dilui\u00e7\u00e3o bem rala e aplicar em todo o modelo, retirando o excesso com len\u00e7o de papel, para dar uma apar\u00eancia de \u201cuso\u201d ao modelo, como se fosse o avi\u00e3o real, exposto \u00e0s intemp\u00e9ries e duras condi\u00e7\u00f5es do Pac\u00edfico.<\/p>\n

Como n\u00e3o tinha os decais originais, foi preciso garimpar outros a serem usados, escolhidos em minha \u201ccaixa de sobras\u201d, t\u00e3o importante nessa hora. Depois da aplica\u00e7\u00e3o dos mesmos, mais alguns retoques , como aplica\u00e7\u00e3o de p\u00f3 de grafite como fuligem dos escapamentos e pr\u00f3ximo aos canos das metralhadoras. Para selar, apliquei uma m\u00e3o de \u201cFuture\u201d em todo o modelo, em seguida, retirei o mascaramento que protegiam as partes transparentes, dando por terminado todo o trabalho .<\/p>\n

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Por Guilherme Castro O Bell P-39 Airacobra, era o principal avi\u00e3o de ca\u00e7a norte-americano em servi\u00e7o, quando os EUA entraram oficialmente na 2\u00aa Guerra Mundial em dezembro de 1941. Seu nascimento deveu-se a solicita\u00e7\u00e3o do United States Army Air Corps (USAAC, Corpo A\u00e9reo do Ex\u00e9rcito Americano) de 1937, que originou a Proposal X609. Foi um pioneiro em sua \u00e9poca, por ter um trem de pouso triciclo e um motor instalado no centro da fuselagem, atr\u00e1s do cockpit do piloto. Era pesadamente armado com um canh\u00e3o Oldsmobile T9 de 37mm, podendo, tamb\u00e9m, ser equipado com metralhadoras Browning calibre .30 e .50 do nariz e nas asas. Devido ao seu peso e posi\u00e7\u00e3o do motor, a manobrabilidade do P-39 n\u00e3o era t\u00e3o boa quanto a de seus oponentes, como os Messerschmitt Me-109 na Europa e os A6M Zero e Ki-43 Oscar no Pac\u00edfico. Mas em m\u00e9dias e baixas altitudes e na fun\u00e7\u00e3o de ataque ao solo, era um advers\u00e1rio de respeito. Mesmo com o seu projeto inovador, este injusti\u00e7ado combatente, teve a sua vida operacional maculada pela aus\u00eancia de um turbo compressor eficiente, que o relegou a segundo plano dentre os grandes avi\u00f5es de combate. Prestou servi\u00e7o para a Fran\u00e7a, Royal Air Force (For\u00e7a A\u00e9rea do Reino Unido), USAAC e pela R\u00fassia, que foi o seu maior usu\u00e1rio. Pelo menos um P-39 \u201c cansado de guerra\u201d veio parar no Brasil, n\u00e3o sendo incorporado a For\u00e7a A\u00e9rea Brasileira, mas servindo de pe\u00e7a de estudos para os alunos da Escola t\u00e9cnica de Avia\u00e7\u00e3o, sediada na \u00e9poca em S\u00e3o Paulo. Seu destino \u00e9 desconhecido. O Bell P-39 da Monogram, 1\/48 \u00a0 Sempre tive uma queda especial pelo P-39. Talvez por seu desenho aerodin\u00e2mico ou por ter tido a oportunidade de achar em um pacote, pr\u00f3ximo ao lixo de um vizinho, um lote de exemplares da… <\/p>\n

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