MiG-21 – O caça mundial
Construído em grandes quantidades, serviu com distinção em aproximadamente 50 nações. O MiG-21 foi um marco na aviação militar mundial sendo um ícone da Guerra Fria.

Por Guilherme P. de Castro

Construído em grandes quantidades, serviu com distinção em aproximadamente 50 nações. O MiG-21 foi um marco na aviação militar mundial sendo um ícone da Guerra Fria, seja com as Forças Aéreas do Pacto de Varsóvia, na África, Sudeste da Ásia, Oriente Médio ou no Caribe.

Sua história começa em 1954 após a Guerra da Coreia no escritório de projetos Mikoyan – Gurevich, sendo sua versão de pré-série conhecida como Fishbed B impulsionado por um reator Tumansky R-11 de 5.200 Kg de empuxo com pós combustor e tinha como armamento fixo dois canhões NR de 30 mm e dois mísseis K5A sob as asas. Com o passar dos anos, foi sempre aperfeiçoado e atualizado, permitindo várias versões que foram exportadas para países satélites ou sob influência soviética. Seu custo operacional relativamente baixo e robustez do design, aliado à sua alta velocidade o tornaram atrativo para as forças aéreas de países com poucos recursos, que clamavam por um caça de alta tecnologia e versatilidade.

Rivalizava em fama com seus contemporâneos McDonnel F4 Phanton II dos EUA e o Dassault Mirage III francês. Participou de combates em diversas partes do mundo, sempre impondo muito respeito.

Pouco conhecido é o “Caso do MiG-007 “, no melhor estilo James Bond (em moda, na época), onde um piloto iraquiano, que convencido pelo Mossad (Serviço Secreto de Israel) desertou em agosto de 1966 com seu MiG entrando no espaço aéreo israelense, sob a proteção de Mirages.

Em poder do caça soviético, os pilotos de Israel tiveram quase um ano para voar e testar o funcionamento, deficiências, virtudes e segredos deste formidável adversário, que enfrentariam na Guerra dos Seis Dias em junho de 1967.

Montando o MiG 21MF Academy, 1/48

Me atrevo a dizer que, assim como o Me 109, o MiG-21 é um dos preferidos da aviação militar entre os plastimodelistas. Com um grande número de livros especializados, Profiles, Walkarounds e matérias, permitem aos praticantes do hobby optar entre as muitas marcas, escalas e versões disponíveis no mercado, assim como escolher as vistosas e interessantes pinturas e opções de camuflagem. Com o código 2171/FA147, este veterano molde da Academy de 1998 ainda impõe respeito nos dias atuais, sendo por vezes relançado com outras artes de tampas de caixas. Moldado em plástico cinza, baixo relevo, é composto de cinco árvores, com aproximadamente 103 peças, sendo completado com cinco transparências. O jogo de decais permite a decoração da Força Aérea da Hungria, Rússia e Índia, essa última que acabou sendo a minha opção.

Seguindo o manual de instruções, que é muito bom, iniciei a montagem pelo interior do cockpit, sendo que dispensei o que veio com o kit, pois havia comprado um jogo completo em resina do fabricante CopyArt. Não quero dizer que as peças que formam o conjunto do modelo sejam ruins, mas não são tão detalhadas como as de resina.

Como todo jogo de peças em resina, foi preciso um pouco de paciência e muito trabalho de lixamento para encaixe. Após uma camada de primer, pintei as laterais e berço do piloto e laterais na cor “Azul Interior MiG”, como muitos chamam, mas na verdade seria um “verde Jade”, que varia muito de tonalidade nas fotos. A fuselagem é dividida em quatro partes, sendo as frontais, a do cockpit inteiro, e as demais onde é instalado o motor R1 3F-300. Os encaixes são perfeitos, requerendo apenas atenção durante a colagem para manter o alinhamento. A fixação da corcova com o leme é sem stress, assim como a fixação dos estabilizadores e todo o conjunto de asas com a fuselagem. O interior dos porões de rodas, freios aerodinâmicos, estojo dos foguetes não guiados e tampas protetoras foram pintadas na cor alumínio. Conforme a montagem progredia, a minha dúvida aumentava em relação ao esquema de pintura, pois são tantas as variações e opções!

Consultei revistas, artigos, Internet e curiosamente achei umas fotos de uma versão da Força Aérea da India, com a vantagem de ter as marcas do esquadrão na própria folha de decais que acompanha o kit (só que o esquema de pintura era outro) . O grande problema eram as cores, durante dias pesquisei e nada encontrei, somente as fotos, mas nada de informações ou referencias das tonalidades, portanto, peguei as melhores fotos escolhendo as cores por aproximação, as que mais pareciam.  Depois de tudo pronto – partes transparentes protegidas com tape Tamiya e primer aplicado em todas as superfícies da fuselagem e armamentos – fiz um pré-shade com tinta preta nos sulcos de todas as linhas de baixo relevo.

A parte inferior de asas e fuselagem foram pintadas na cor Mr Color 317 Gray (FS16440).  Depois de seco, isolei as partes pintadas com tape, preparando a parte superior. Antes da pintura, propriamente dita, apliquei uma leve camada na cor verde claro bem diluída. Reforcei com cinza as cores pretas do pré-shade que esmaeceram e em seguida, apliquei a com Hobby Color H-70, que nada mais é do que a nossa velha conhecida RLM-02!

Sim ela mesma, a cor de interior de trem de pouso de aviões alemães da 2ª Guerra. Depois de algumas horas, com o auxílio de fita crepe comum e tesoura, fiz os adornos irregulares que cobriram as partes pintadas anteriormente e que seriam preservadas. Novamente, as partes que seriam pintadas tiveram as linhas reforçadas, desta vez com a cor azul escuro. Após alguns minutos apliquei a cor Hobby Color H-48 Fiel Gray 2. Sim, novamente uma cor alemã, desta vez, da infanaria, que retoquei com uma leve camada bem diluída na cor verde médio. O tanque ventral pintei na cor alumínio, com a parte da frente cinza, os mísseis na cor branca, já os cubos das rodas foi uma mistura de cores Hobby Color 6 Green (70%) e Hobby Color 311 Gray (30%).

Depois de retirar as máscaras da fuselagem, fiz uns efeitos de uso com a tinta Valejo da cor preta, diluída em água, com o auxílio de pincel. Apliquei os decais da Índia, selando o trabalho com uma mão de Future, que usei como verniz. Por último, retirei os tapes que protegiam as partes transparentes, colei os armamentos e deixei os Speed Brakes abertos. Estava finalizado o meu Mig 21 MF do Esquadrão 26 Warriors baseados em Palam. Foi uma montagem divertida, principalmente na hora de escolher e improvisar as tintas que foram usadas, sendo que o resultado me deixou satisfeito. Aproveitei e me diverti muito.

Recomendo o kit, que proporcionará horas de muita diversão a qualquer plastimodelista.

 

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